Juliana Marins, brasileira que caiu de um penhasco no entorno de um vulcão na Indonésia, foi encontrada morta na noite desta terça-feira (24), segundo a família da jovem.
Sete socorristas teriam conseguido se aproximar de onde a jovem estava nesta terça. Juliana estava escorregando e, da última vez que foi vista, estava a mais de 950 metros de profundidade.
"A equipe de resgate desceu 400 metros, mas estimando que a localização de Juliana ainda está a uns 650 metros de distância. Ela estava bem mais longe do que estimaram ontem. Há dois helicópteros de resgate de sobreaviso aguardando a confirmação do espaço aéreo para poder decolar", disse a família mais cedo.
O helicóptero que poderia ser utilizado no resgate não conseguiu chegar até ela devido à forte neblina. A brasileira estava presa no local, que fica na ilha de Lombok, a mais de mil quilômetros de distância da capital, Jacarta, desde sexta-feira (20), quando caiu da borda da cratera do vulcão Rinjani durante uma trilha.
Natural de Niterói (RJ), Juliana fazia sozinha um mochilão pela Ásia desde fevereiro. A jovem passou por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar a Indonésia. No país, decidiu realizar uma trilha de três dias e duas noites no vulcão Rinjani, acompanhada de um guia e cinco turistas.
No segundo dia de percurso, ao parar para descansar, a jovem caiu do penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão. O guia, que teria dito para ela parar no caminho e depois reencontrar o grupo, suspeitou da demora e, cerca de 1 hora depois, viu que Juliana havia caído mais de 300 metros em um precipício.
Horas depois, outros turistas que passavam pela trilha conseguiram visualizar a jovem, com o auxílio de um drone. Eles que entraram em contato com a família da brasileira.
A família de Juliana acusou o governo da Indonésia de divulgar mentiras sobre um possível resgate à jovem, além de forjar vídeos mostrando que ela recebeu alimentos, água e agasalho.
Em entrevista para a imprensa, a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarna) informou que a demora para iniciar os trabalhos de busca e salvamento aconteceu porque as equipes só foram avisadas do acidente depois que um integrante do grupo de Juliana conseguiu descer até um posto, em uma caminhada que levou cerca de 8 horas. Além disso, foram necessárias algumas horas até que os resgatistas subissem até o local.
Nos dois primeiros dias de buscas, drones com sensores térmicos não encontraram Juliana. Ela foi localizada apenas na manhã de segunda-feira (23). A temperatura do corpo mostrou que ela ainda estava viva, porém se mantinha imóvel. Neste momento, ela já estava a uma profundidade de aproximadamente 500 metros.
Segundo a família de Juliana, dois helicópteros estavam de sobreaviso para o resgate, um em Sumbawa e outro em Jacarta, mas as condições climáticas impossibilitavam o vôo.
As condições geográficas também prejudicaram o trabalho de salvamento, segundo a Basarna. Alpinistas tentavam chegar até a brasileira por meio de cordas, mas a fixação de uma estrutura, no terreno que é arenoso e escorregadio pela umidade, era dificultada.
Dois funcionários da Embaixada do Brasil em Jacarta foram deslocados para o local para acompanhar os trabalhos de resgate. "Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível. O embaixador do Brasil em Jacarta entrou pessoalmente em contato com o Diretor Internacional da Agência de Busca e Salvamento e com o Diretor da Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia", disse o Itamaraty.
O pai de Juliana, Manoel Marins, anunciou nesta terça-feira (24), antes do comunicado sobre a morte da jovem, que estava em um avião para Bali, na Indonésia, para acompanhar o resgate.
Ontem, ele havia informado que não estava conseguindo embarcar para o país, após uma escala em Lisboa, pois o espaço aéreo de Doha estava fechado devido ao ataque do Irã a bases dos Estados Unidos no Catar.
"Estamos aqui no aeroporto de Lisboa e infelizmente soubemos que o espaço aéreo do Catar e Doha foi fechado. Nosso voo obrigatoriamente passa por Doha. Não sei se será possível viajar ainda hoje pra lá", relatou Manoel.