Ondas de calor com alerta de “perigo potencial”, temperaturas recordes, El Niño influenciando o clima mundial até a metade de 2024: os alertas mais recentes feitos por institutos de investigação sobre o clima confirmam que as mudanças climáticas estão chegando rápido e com alto impacto.
No último dia 8 de novembro tanto a Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão da Nações Unidas para o clima, quanto o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia soltaram alertas com dados preocupantes sobre o aquecimento da Terra em função dos gases do efeito estufa.
De acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, o ano de 2023 tem tudo para se tornar o mais quente dos últimos 125 mil anos quando se encerrar, em dezembro.
O instituto europeu vem registrando recordes de temperatura com ondas de calor que primeiro atingiram o Hemisfério Norte durante o verão e agora chegam à parte sul do globo com enorme intensidade. No Brasil, por exemplo, espera-se que a atual onda de calor a atingir o país eleve as temperaturas em até 5ºC em diversos estados, como informa o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Além disso, o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus alerta que outubro deste ano bateu o recorde de mais quente da história, superando a marca registrada em 2019 em 0,4 graus Celsius – o que é uma grande diferença segundo os estudiosos.
Já a Organização Meteorológica Mundial (OMM) informa que o atual fenômeno El Niño deve durar pelo menos até abril de 2024, influenciando os padrões climáticos e aumentando a temperatura no planeta não só em terra, como também no mar.
A OMM ressalta que o El Niño alcançará seu ponto máximo entre novembro deste ano e janeiro de 2024 – e que deve se manter persistente no próximo inverno do Hemisfério Norte e no verão do Hemisfério Sul, duas estações que estão prestes a começar.
“Eventos extremos como ondas de calor, secas, incêndios florestais, chuvas torrenciais e inundações serão potencializados em algumas regiões, com repercussões significativas. Por esta razão, a OMM está comprometida com a iniciativa Alerta Prévio para Todos, com o objetivo de salvar vidas e minimizar as perdas económicas", informou Petteri Taalas, secretário-geral da agência.
Vale lembrar que o El Niño ocorre em média a cada dois a sete anos, diz a OMM, e dura geralmente entre nove e 12 meses. “Este é um padrão climático natural associado ao aquecimento da superfície oceânica no Pacífico tropical central e oriental. Mas, agora, ocorre no contexto de um clima alterado pelas atividades humanas”, reforça a agência da ONU.
A mais recente onda de calor a chegar ao Brasil (sem nem que o verão tenha começado oficialmente) promete temperaturas acima dos 40ºC e sensação térmica bastante abafada em cinco estados, em especial.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais devem sofrer os maiores impactos das altas temperaturas, e a onda de calor considerada histórica deve fazer com que os termômetros passem dos 42ºC em cidades do Centro-Oeste brasileiro.
Por isso, é importante ficar atento aos cuidados médicos recomendados para se proteger do calor, que pode ter efeitos nocivos sobre o corpo – como fraqueza, tontura, dor de cabeça – e até causar a possibilidade de risco de morte.