O estudo revelou que cães de tamanho médio têm maior risco de desenvolver câncer do que raças maiores ou menores. São popularmente considerados cachorros de porte mediano raças como beagle, border collie, dálmata, golden retriever e até mesmo alguns vira-latas.
O estudo utilizou de um modelo de multiestágio para realizar uma estimativa dos fatores de predisposição à doença. Isso sugeriu que quanto mais células e um período de vida mais longo, maior é a chance das células adquirem falhas e mutações enquanto se multiplicam – o que, consequentemente, também aumenta a possibilidade desses erros evoluírem para um câncer.
Porém, isso não significa que o ser humano, por exemplo, tem maior risco de tumores do que um animal menor, como o camundongo. "Não há aumento no risco de câncer à medida que os animais aumentam de tamanho de espécie para espécie”, explica o responsável pela pesquisa, Leonard Nunney, biólogo da Universidade da Califórnia em Riverside, em comunicado.
Em outras palavras, as espécies de tamanho grande não possuem uma maior probabilidade de ter câncer em detrimento das menores. O que vale é a diferença de tamanho dentro de uma mesma espécie: como um border collie é maior que um chihuahua, este primeiro provavelmente tem maior risco de câncer.
Com isso em mente, os pesquisadores avaliaram a taxa de mortalidade da doença em três grupos de cachorros diferentes, agrupados de acordo com seus portes. Cães menores, como o lulu da pomerânia e o shih-tzu, têm uma probabilidade de cerca de 10% de morrer de câncer. Em contraste, muitos cães considerados de estatura média, como o boiadeiro de berna, têm uma probabilidade de mais de 40% de morrer da doença.
Já raças de porte grande, como o dogue alemão, tem uma taxa menor de risco de tumores. Isso ocorre devido a um fenômeno amplamente reconhecido, mas que a ciência ainda não consegue explicar: a expectativa de vida dos cães diminui conforme seu tamanho aumenta.
Segundo acredita o pesquisador, “o segredo para prevenir o câncer pode estar na biologia dos animais maiores”. Para comprovar sua teoria, mais pesquisas sobre o tema ainda precisam ser feitas.