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A \"cultura da urgência\" pode levar você ao esgotamento. Como você pode combatê-la?

Se você sempre responde imediatamente às mensagens de texto, talvez seja hora de mudar a mentalidade. Pedimos a especialistas dicas estratégicas para combater a cultura da urgência.

Publicada em 29/04/24 às 17:27h - 11 visualizações

por Kativa FM \\ National Geographic


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Um grupo de jovens usa seus celulares enquanto anda de moto pelas ruas de Hanói, no Vietnã. A necessidade generalizada de estar constantemente conectado e responsivo - também conhecida como cultura da urgência - pode causar níveis elevados de estress  (Foto: Kativa FM \\ National Geographic)

Em um mundo cada vez mais acelerado e hiperconectado, que recompensa o imediatismo, a cultura da urgência obscurece a linha entre o que é realmente importante e o que não é.

No trabalho, isso pode envolver lidar com solicitações frequentes de última hora, prazos ou carga de trabalho irrealistas e a expectativa de estar disponível mesmo depois do expediente.   

Na vida pessoal, as manifestações da cultura da urgência incluem estender-se demais nos relacionamentos, verificar com frequência as atualizações das mídias sociais por medo de perder alguma coisa e responder imediatamente a chamadas e mensagens de texto, mesmo quando isso for inconveniente. 

correria constante e a expectativa tácita de estar sempre "ligado" profissionalmente e pessoalmente podem criar um estado de alerta elevado. Essa hipervigilância aumenta significativamente o estresse e a ansiedade, diz Joel Frank, psicólogo clínico de Los Angeles e proprietário da Duality Psychological Services, na Califórnia, Estados Unidos.

De acordo com o relatório Stress in America de 2023 realizado pela American Psychological Association, quase um quarto dos adultos relatam sentir altos níveis de estresse após a pandemia de covid-19, marcando um aumento de 19% desde 2019. Os adultos mais jovens são os mais atingidos, com quase metade da geração Z e mais de um terço da geração do milênio relatando sentir-se ansiosos ou estressados o tempo todo ou na maior parte do tempo. 

"A ansiedade, por sua vez, alimenta a urgência, criando um ciclo em que um reforça o outro", explica Frank.  

Os efeitos colaterais de estar “sempre ligado”

Fazer parte da cultura do "sempre ligado" muitas vezes exige a realização de várias tarefas. No entanto, pesquisas mostram que cérebro humano não tem a arquitetura neurocognitiva para realizar duas ou mais tarefas simultaneamente. Portanto, toda vez que realizamos uma multitarefa, o cérebro fica mais lento e pode reduzir a produtividade em até 40%.

Além disso, "a atração pela distração que impulsiona a maioria das multitarefas pode ser difícil de ser desligada", afirma Friederike Fabritius, neurocientista e autora de The Brain-Friendly Workplace. "Como resultado, você pode achar difícil se concentrar mesmo quando não está realizando multitarefas."

h_27.RTS16XAHPara aqueles que são pegos no turbilhão da cultura da urgência, a necessidade incessante de se apressar pode desencadear uma hipervigilância, acendendo nossos instintos inatos de "lutar ou fugir", ampliando os níveis de estresse e ansiedade.

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Enquanto isso, a superestimulação constante – um contribuinte significativo para a cultura da urgência – dessensibiliza seu sistema de dopamina. Em resumo, quanto mais superestimulado você estiver, menos alegria poderá sentir, diz Fabritius.  

Isso também impede o pensamento reflexivo. Quando o cérebro está sobrecarregado pela necessidade constante de processar informações e tomar decisões rapidamente, ele geralmente recorre ao pensamento superficial. Isso compromete sua capacidade de se envolver em um trabalho profundo, que exige longos períodos de concentração sem distrações, explica Frank.

Com o tempo, a cultura da urgência também pode ser prejudicial à saúde física. Um falso senso de urgência leva o corpo a reagir como se estivesse em uma situação ameaçadora, ativando a resposta de "lutar ou fugir". A respiração fica mais rápida, a pressão arterial e a frequência cardíaca aumentam e você perde a capacidade de regular suas emoções, diz David Rabin, neurocientista e cofundador da Apollo Neuro, uma empresa de tecnologia de saúde com sede em São Francisco, nos Estados Unidos. 

De acordo com Rabin, uma resposta de luta ou fuga hiperativa contribui para a hipertensão, a privação do sono, o colesterol alto e os distúrbios inflamatórios.   

Como combater a cultura da urgência

Para evitar a armadilha da urgência, Frank recomenda fazer uma pausa por alguns momentos antes de entrar em ação sempre que algo surgir. "Isso permite que você dê um passo atrás e avalie se essa demanda por sua atenção está alinhada com suas prioridades", diz ele.  

Definir expectativas claras nos relacionamentos pessoais e profissionais também pode ajudar a planejar, priorizar e solucionar problemas sem induzir a uma falsa urgência, diz Peter Economou, diretor do programa de Saúde Comportamental e Psicologia do Esporte da Universidade Rutgers e autor do livro “Mindfulness Workbook for Beginners” (em tradução livre, "Manual de atenção plena para iniciantes").

A melhor coisa que você pode fazer para lidar com a cultura da urgência é se envolver regularmente em atividades que o lembrem de que não há pressa, diz Rabin.

Ele recomenda "as quatro práticas de controle" para se acalmar e se centrar sempre que se sentir apressado, sobrecarregado ou superestimulado – respiração intencional conscienteescutamovimento e toque.

Estabelecer limites claros, inclusive os digitais, também é fundamental para evitar a falsa urgência resultante de expectativas irracionais, excesso de compromissos e multitarefas. Priorizar a realização de uma única tarefa sempre que possível é outra estratégia eficaz para obter um foco claro e aumentar a produtividade. 

Se você acha difícil trabalhar em uma única tarefa até a conclusão, Fabritius sugere usar blocos de tempo para se concentrar exclusivamente em uma tarefa por um período específico antes de passar para a próxima. "A satisfação de concluir cada bloco de tempo deve lhe dar uma dose de dopamina, assim como a perspectiva de enfrentar a próxima 'nova' tarefa", diz ela. 

Ida Taghavi, psicóloga clínica do Williamsburg Therapy Group, em Nova York, recomenda a prática da atenção plena para aumentar a consciência, a regulação emocional e a tolerância ao estresse.

atenção plena é a consciência e a aceitação sem julgamentos das experiências presentes. "Ela oferece uma oportunidade de refletir e escolher respostas que consideramos mais eficazes e alinhadas com nossas intenções e valores", explica Ida. 

A atenção plena cria um amortecedor entre um estímulo, como um pensamento, uma emoção ou uma sensação física, e nossa resposta a ele. "Esse espaço interrompe reações habituais que podem ser destrutivas, como desregulação ou evitação emocional, comportamentos compulsivos ou padrões de pensamento negativo", diz Taghavi. 

Além disso, "observar as experiências internas sem resistência abre espaço para que elas passem inevitavelmente, o que pode regular as emoções e aumentar a tolerância ao sofrimento", diz Taghavi.




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