Militares iranianos prometeram uma "resposta decisiva" um dia após ataques dos Estados Unidos atingirem instalações nucleares do país.
O presidente dos EUA Donald Trump afirmou que a ação militar causou "danos monumentais" às instalações — apesar de a Organização das Nações Unidos (ONU) ter declarado que ainda não é possível determinar o grau exato da proporção do estrago.
Nas últimas horas, Trump ainda aventou a possibilidade de uma troca na liderança no Irã, ao dizer: "Se o atual regime não consegue tornar o Irã grande novamente, por que não haveria mudança?"
Os Estados Unidos também pediram que a China pressione o Irã a não fechar o Estreito de Ormuz, uma rota marítima crítica, especialmente para o escoamento do petróleo e do gás.
O ministro das Relações Exteriores do Irã está em Moscou, na Rússia, para conversas com Vladimir Putin sobre "desafios e ameaças comuns".
Durante a noite, Israel realizou "um dos ataques mais intensos" à infraestrutura militar iraniana, enquanto o Irã parece ter disparado apenas um míssil contra Israel.
Nas últimas horas, vários líderes militares iranianos de alto escalão ameaçaram responder aos ataques dos EUA.
A mídia iraniana divulgou um vídeo do comandante-em-chefe do Irã, Amir Hatami, enquanto ele conversava com outros oficiais em uma sala de operações.
No vídeo, ele afirma que todas as vezes que os EUA cometeram "crimes" contra o Irã no passado, "eles receberam uma resposta decisiva, e desta vez será a mesma coisa".
Enquanto isso, o chefe do Estado-Maior do Exército iraniano, Abdolrahim Mousavi, disse em comunicado que os EUA abriram a possibilidade de suas forças tomarem "qualquer ação" contra as tropas americanas.
Ele acrescentou que o Irã "jamais recuará".
Outro alerta veio do porta-voz da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), Ebrahim Zolfaghari.
Ele afirmou que os EUA entraram diretamente na guerra e violaram o "solo sagrado" do Irã.
Zolfaghari declarou que os EUA enfrentarão "consequências pesadas, lamentáveis e imprevisíveis" por meio de "operações poderosas e direcionadas".
Ao falar diretamente com o presidente dos EUA, em inglês, Zolfaghari disse: "Trump, o apostador! O senhor pode começar esta guerra, mas seremos nós que a terminaremos!"
Anteriormente, o Irã já havia acusado os Estados Unidos de terem "declarado guerra" sob um "pretexto absurdo", após bombardeios realizados três grandes instalações do país.
A declaração foi feita pelo embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, durante a sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU neste domingo (22/6).
Iravani afirmou que o Irã se reserva o direito de "se defender" contra "agressões descaradas dos EUA".
Ele acrescentou que a natureza, o momento e a escala da resposta iraniana serão decididas por suas Forças Armadas.
Iravani também acusou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de arrastar os EUA para "mais uma guerra custosa e infundada", e afirmou que as ações dos EUA e de Israel representam "uma violação flagrante do direito internacional".
O exército israelense afirma ter atacado seis aeroportos no Irã, com a destruição de 15 aeronaves e danos às pistas de pouso e decolagem.
Em uma publicação nas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmam que os aeroportos alvos estavam no oeste, leste e centro do Irã.
As IDF acrescentam que os ataques com drones destruíram caças F-15 e F-5, um avião de reabastecimento e um helicóptero de ataque AH-1 Cobra.
A corporação detalhou que bunkers subterrâneos também foram danificados.
Ainda está claro quando esses ataques ocorreram — e o Irã ainda não confirmou qualquer operação militar em seu território nas últimas horas.
Durante a madrugada de domingo (22/6) para segunda (23/6), 20 jatos israelenses estavam em ação. Eles miraram instalações de armazenamento e lançamento de mísseis, bem como sistemas de radar e satélite.
Israel prometeu continuar atacando o Irã para limitar ainda mais a capacidade do país de lançar mísseis balísticos.
Os ataques das últimas horas foram considerados os mais intensos desde o início do atual conflito.
O Irã parece ter disparado apenas um míssil contra Israel durante a noite — houve um alerta de ataque aéreo por volta das 3h, no horário local (20h do domingo, no horário de Brasília).
Oficiais israelenses afirmam que o míssil foi abatido por um sistema de defesa aérea americano, outro símbolo do apoio dos EUA e talvez um sinal de quão sobrecarregadas estão as defesas israelenses.
Um único drone iraniano também foi abatido perto de Eilat, na costa sul de Israel.
A resposta limitada do Irã até o momento pode mostrar o quão esgotada está a capacidade de mísseis, após dez dias de ataques israelenses.
Ou, mais provavelmente, a liderança iraniana está modulando a resposta enquanto traça os próximos passos e como realizar a retaliação prometida em resposta ao bombardeio dos EUA.
Na manhã desta segunda, sirenes voltaram a soar em Israel, com alertas enviados aos celulares das pessoas, orientando-as a se dirigirem aos abrigos.
O exército afirma que mísseis foram lançados do Irã em direção a Israel e que "sistemas defensivos estão operando para interceptar a ameaça".
"Ao receber um alerta, o público é instruído a entrar em um espaço protegido e permanecer lá até novo aviso", acrescenta.
Alguns estrondos distantes puderam ser ouvidos nas cercanias de Jerusalém.
O Ministro das Relações Exteriores do Irã — que está em Moscou para conversas no Kremlin — afirma que terá "discussões sérias e importantes" com o presidente russo, Vladimir Putin, para abordar "desafios e ameaças comuns".
A Rússia condenou os ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas. O embaixador russo na ONU argumentou que os Estados Unidos "abriram uma caixa de Pandora".
Se o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, se encontrar com Putin ainda hoje, provavelmente receberá palavras de apoio do líder russo, mas uma assistência militar de Moscou parece improvável.
Para começar, a prioridade da Rússia agora é a guerra com a Ucrânia.
Rússia e Irã têm um acordo de parceria estratégica, mas não trata-se de um pacto de defesa que obriga Moscou a fornecer apoio militar a Teerã.
Na semana passada, Putin afirmou que o Irã não havia solicitado assistência militar de Moscou e ficou claro em seus comentários que ele não tinha pressa em fornecer qualquer suporte do tipo.
O Kremlin tem se empenhado em manter boas relações com Irã e Israel — e construir uma boa relação de trabalho com Donald Trump.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pediu à China que ajude a impedir o Irã de fechar o Estreito de Ormuz, uma rota comercial crucial, por onde passa quase um quarto do petróleo e gás produzidos no mundo.
Os comentários de Rubio ocorreram após reportagens na TV estatal iraniana divulgarem que o parlamento do país havia aprovado uma medida para fechar a estreita hidrovia na foz do Golfo Pérsico.
"Eu encorajo o governo chinês em Pequim a contatá-los sobre isso, porque eles dependem fortemente do Estreito de Ormuz", disse Rubio ao canal de televisão Fox News.
"Se fizerem isso, será outro erro terrível. É um suicídio econômico para eles", disse Rubio.
Qualquer interrupção no fornecimento teria consequências profundas para a economia global, com uma nova subida nos preços do petróleo — o que teria um profundo impacto em nações com grande volume de importação, como China, Índia e Japão.
Analistas dizem que a autoridade para fechar ou não o Estreito de Ormuz cabe às autoridades de segurança do regime, e não ao parlamento,
Além disso, como o Irã também depende do trânsito pela região para suas próprias exportações, essa seria uma retaliação particularmente arriscada.
A escalada de tensão provocou uma série de reações durante a reunião emergencial do Conselho de Segurança. O embaixador de Israel, Danny Danon, saiu em defesa das ações de Washington.
"O mundo inteiro deveria dizer aqui hoje, oficialmente: obrigado. Obrigado a Donald Trump por agir quando tantos hesitaram", afirmou Danon.
Para ele, "a diplomacia foi tentada", mas o Irã "transformou a negociação em teatro" e a usou como "camuflagem" para ganhar tempo, construir mísseis e enriquecer urânio".
Danon acusou o Irã de ter assinado acordos "que nunca teve a intenção de cumprir" e defendeu que a inação teria sido "uma sentença de morte" para Israel e seus aliados.
Em contraste, o embaixador da China declarou que Pequim "condena veementemente" os ataques dos EUA.
Já o embaixador da Rússia, Vasily Nebenzya, alertou que Washington "abriu uma caixa de Pandora" e demonstrou que "claramente não tem interesse na diplomacia".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se pronunciou: "Os bombardeios representam uma virada perigosa em uma região já abalada. É urgente romper mais um ciclo de destruição", disse.
Horas antes, o presidente americano, Donald Trump, havia celebrado nas redes sociais o resultado dos bombardeios.
"Os danos às instalações nucleares no Irã são descritos como 'monumentais'. Os ataques foram duros e precisos. Nossas Forças Armadas demonstraram grande habilidade. Obrigado!", escreveu na plataforma Truth Social.
Trump também sugeriu uma possível mudança de regime em Teerã: "Se o regime atual do Irã não é capaz de TORNAR O IRÃ GRANDE NOVAMENTE, por que não haveria uma mudança de regime?", publicou, em tom provocativo.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que foram planejados para "degradar" e "destruir" as capacidades nucleares do país.
Ele assegurou que a ação militar americana "devastou" o programa nuclear iraniano, mas não afetou tropas ou civis do país.
Apesar disso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que o "grau de dano nas salas de enriquecimento de urânio em Fordo não pode ser determinado com certeza".
Ainda na noite de sábado (21/6), no horário de Brasília, Trump fez o anúncio oficial de que os EUA realizaram ataques a três instalações nucleares no Irã.
Os locais atingidos foram Fordo, Natanz e Isfahan (veja a localização das instalações no mapa abaixo).
Poucas horas depois, o Irã confirmou que as três instalações nucleares foram de fato atacadas.
Na sequência, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, emitou um comunicado afirmando que "o presidente Trump e os Estados Unidos agiram com muita força".
Por volta das 23h, no horário de Brasília, Trump fez um pronunciamento à nação, em que alertou que o Irã "deve agora fazer a paz" ou enfrentará ataques "muito maiores".
Nas primeiras horas do domingo (22/6) Israel afirmou que o Irã lançou uma nova onda de ataques contra o seu território.
Informações preliminares divulgadas pela Agência Internacional de Energia Atômica asseguraram que não há "aumento" nos níveis de radiação em instalações nucleares iranianas após os ataques.
Numa declaração direto do Pentágono em Washington no domingo (22/6), Hegseth afirmou que muitos presidentes "sonhavam em desferir o golpe final no programa nuclear do Irã, mas nenhum conseguiu até Trump".
Ele acrescentou que a operação no Irã foi "ousada e brilhante".
O secretário de Defesa dos EUA defendeu que o presidente Trump "busca a paz".
Hegseth leu uma série as postagens de Trump nas redes sociais feitas durante o sábado (21/6), que alertavam que qualquer retaliação do Irã seria respondida com uma força "muito maior".
"O Irã seria inteligente se prestasse atenção a essas palavras, ele disse isso antes, e ele fala sério", alertou Hegseth.
Hegseth também descreveu o equipamento militar que os EUA usaram em seu ataque ao Irã.
Segundo ele, os bombardeiros furtivos B-2 "entraram, saíram e voltaram das instalações nucleares do Irã sem que o mundo soubesse".
Esses grandes grandes jatos são considerados as únicas aeronaves com capacidade de transportar armas capazes de atingir a instalação nuclear mais segura do Irã, em Fordo, que fica enterrada nas profundezas de uma montanha.
"O ataque incluiu a mais longa missão com o bombardeiro Spirit B-2 desde 2001 e o primeiro emprego operacional do MOP (Massive Ordnance Penetrator)", acrescentou ele.
Hegseth enfatizou que "esta missão não era e não tem sido sobre uma mudança de regime" no Irã.
"O presidente autorizou uma operação de precisão para neutralizar as ameaças aos nossos interesses nacionais representadas pelo programa nuclear iraniano e pela autodefesa coletiva de nossas tropas e de nosso aliado, Israel."
Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA detalhou que a missão foi "altamente sigilosa". De acordo com o relato dele, , com pouquíssimas pessoas em Washington sabiam o momento ou a natureza deste plano."
Caine confirmou que todos os três alvos de infraestrutura nuclear iraniana foram atingidos.
Segundo o general, cerca de 75 "bombas guiadas de precisão" foram usadas, incluindo 14 "Massive Ordnance Penetrators" (MOP), a bomba capaz de atingir instalações subterrâneas.
"Parece que os sistemas de mísseis terra-ar do Irã não nos avistaram", relata ele, acrescentando que, durante a missão, os EUA não tiveram conhecimento de nenhum contra-ataque iraniano.
Caine ponderá que levará algum tempo para que seja possível avaliar a extensão completa dos danos sofridos pelo Irã.
"Os danos finais da batalha levarão algum tempo para serem conhecidos, mas uma avaliação inicial indica que todos os três locais sofreram danos e destruição extremamente graves", afirma ele.
O vice-presidente J.D. Vance também concedeu uma breve entrevista ao canal de televisão NBC News, na qual afirmou que "os Estados Unidos não estão em guerra com o Irã".
"Estamos em guerra com as ambições nucleares [do Irã]", disse ele.
Os republicanos — mesmo aqueles da ala mais isolacionista do partido — apoiaram amplamente a decisão do presidente Trump de lançar ataques contra o Irã.
Algumas vozes proeminentes que representam o movimento "Maga" (sigla em inglês para "Faça a América Grande de Novo"), no entanto, têm sido abertamente críticas — um raro sinal de dissidência por parte de alguns dos apoiadores mais próximos de Trump.
"Ele precisa conversar com o Maga", declarou o ex-estrategista de Trump, Steve Bannon, em seu podcast.
"Há muitos membros do Maga que não estão felizes com isso."
"Acredito que ele conseguirá o apoio do Maga, de tudo", acrescentou Bannon. "Mas ele precisa explicar exatamente o que fez e analisar isso."
Outra aliada de Trump, Marjorie Taylor Greene, escreveu no X ontem à noite que "toda vez que os Estados Unidos estão à beira da grandeza, nos envolvemos em outra guerra estrangeira".
"Esta não é a nossa luta", acrescentou ela.
Os democratas, por outro lado, manifestaram-se em grande parte contra a operação. Muitos questionaram se ela seria legal sem a supervisão do Congresso.
"O presidente Trump enganou o país sobre suas intenções, não buscou autorização do Congresso para o uso da força militar e corre o risco de envolver os Estados Unidos em uma guerra potencialmente desastrosa no Oriente Médio", criticou o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, em um comunicado.
O Omã, que mediava as negociações nucleares entre Washington e Teerã, condenou veementemente os ataques americanos a instalações nucleares no Irã.
O sultanato do Golfo expressou "profunda preocupação, denúncia e condenação da escalada resultante dos ataques aéreos diretos lançados pelos Estados Unidos".
A Arábia Saudita, que mantém fortes laços de segurança com os EUA e é um de seus aliados regionais mais próximos, declarou condenar "a violação da soberania do Irã e enfatizou a necessidade de moderação", conclamando a comunidade internacional "a redobrar os esforços nessas circunstâncias extremamente sensíveis para alcançar uma solução política".
O Ministério das Relações Exteriores do Catar alertou que as atuais "tensões perigosas levarão a repercussões desastrosas nos níveis regional e internacional". O país ainda afirmou que "espera que todas as partes exerçam sabedoria e moderação neste momento".
O Egito alertou sobre "os perigos de a região mergulhar em mais caos e tensão", enfatizando que "soluções políticas e negociações diplomáticas, e não uma solução militar, são a única saída para a crise".
Enquanto isso, o presidente libanês, Joseph Aoun, afirmou que "o bombardeio de instalações nucleares iranianas aumenta o medo de uma escalada de tensões que ameaçaria a segurança e a estabilidade em mais de uma região e país".
Escondida na encosta de uma montanha ao sul de Teerã, a instalação nuclear de Fordo estaria em um subsolo mais profundo do que o Túnel do Canal da Mancha que conecta o Reino Unido e a França.
Fordo foi construída estrategicamente embaixo da montanha justamente para evitar ataques aéreos de adversários militares.
Acredita-se que a instalação subterrânea consista em dois túneis principais que abrigam centrífugas usadas para enriquecer urânio, bem como uma rede de túneis menores.
Algumas das instalações mais sensíveis de Fordo podem estar enterradas ainda mais profundamente, a até 800 metros de profundidade.
A profundidade é muito maior do que a de outro local subterrâneo de enriquecimento de urânio do Irã, em Natanz, que analistas acreditam estar a cerca de 20 metros abaixo da superfície.
No dia 15 de junho, Israel atingiu dezenas de alvos em todo o Irã, danificando a instalação. Especialistas acreditam que ela esteja agora "severamente danificada, se não completamente destruída".
Já a cidade de Isfahan, terceiro local atingido, segundo o presidente americano, é um importante centro da indústria militar iraniana.
Terceira maior cidade do Irã, Isfahan é um centro de fabricação de drones e mísseis balísticos.
Ela foi alvo de ataques anteriores pelos quais Israel foi responsabilizado.
Em janeiro de 2023, o Irã culpou Israel por um ataque de drone a uma fábrica de munições no centro da cidade. O ataque teria sido realizado usando quadricópteros, que são pequenos drones com quatro hélices.
O Irã sempre afirmou que seu programa nuclear é totalmente pacífico e que nunca procurou desenvolver uma arma nuclear.
No entanto, uma investigação de uma década realizada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de vigilância nuclear global, encontrou evidências de que o Irã conduziu "uma série de atividades relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo explosivo nuclear" do final da década de 1980 até 2003, quando os projetos conhecidos como "Projeto Amad" foram interrompidos.
O Irã continuou com algumas atividades até 2009 — quando as potências ocidentais revelaram a construção da instalação subterrânea de enriquecimento de Fordo — mas depois disso não houve "nenhuma indicação confiável" de desenvolvimento de armas, concluiu a agência.
Em 2015, o Irã fechou um acordo com seis potências mundiais, segundo o qual aceitou restrições às suas atividades nucleares e permitiu o monitoramento rigoroso pelos inspetores da AIEA em troca de alívio das sanções paralisantes.
Os principais limites abrangiam sua produção de urânio enriquecido, que é usado para fabricar combustível para reatores e também armas nucleares.
Mas Trump abandonou o acordo durante seu primeiro mandato em 2018, dizendo que ele fazia muito pouco para impedir o caminho para uma bomba, e restabeleceu as sanções dos EUA.
O Irã retaliou violando cada vez mais as restrições, principalmente as relacionadas ao enriquecimento.
De acordo com o acordo nuclear, nenhum enriquecimento foi permitido em Fordo por 15 anos. No entanto, em 2021, o Irã voltou a enriquecer urânio com 20% de pureza.
O conselho de governadores da AIEA, formado por 35 países, declarou formalmente que o Irã violou suas obrigações de não proliferação pela primeira vez em 20 anos.
O Irã disse que responderia à resolução estabelecendo uma nova instalação de enriquecimento de urânio em um "local seguro" e substituindo as centrífugas de primeira geração usadas para enriquecer urânio por máquinas mais avançadas, de sexta geração, na usina de enriquecimento de Fordo.