Os segredos da região com uma das maiores longevidades do mundo
Publicada em 29/04/24 às 07:46h - 9 visualizações
por Kativa FM \\ BBC
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Nicoya, na Costa Rica, é uma das cinco \'Zonas Azuis\' do mundo, onde as pessoas vivem por mais tempo do que a média global (Foto: Kativa FM \\ BBC)
As Zonas Azuis são regiões do mundo cuja população costuma viver com saúde até idade avançada.
Existem apenas cinco Zonas Azuis em todo o planeta: Icaria (Grécia), Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Loma Linda (Califórnia, EUA) e Nicoya (Costa Rica). As pesquisas indicam que a longevidade nessas regiões se deve a uma combinação de fatores, que incluem desde a alimentação e o clima até a religião.
Uma revista me pediu para descobrir por que a Costa Rica abriga uma dessas regiões excepcionais. Por isso, Dre (minha namorada, na época) e eu pegamos um avião na Califórnia e fomos até lá.
Da cidade de Puerto Viejo, no litoral caribenho da Costa Rica, subimos de canoa o rio Yorkin, atravessando a floresta na fronteira com o Panamá. Ali, fica o lar do povo nativo costarriquenho Bribri. Seu isolamento ajudou o povo a manter sua cultura viva após sucessivas invasões europeias.
A selva é repleta de vida e os Bribri usam essa riqueza para tudo, desde a seiva da cânfora como repelente de mosquitos até uma planta que eles mastigam para curar dor de dente.
Para os meus olhos não treinados, os jardins dos Bribri parecem muito similares ao restante da floresta, com diferentes espécies reunidas e borboletas voando entre os galhos. Mas esse caos aparente é pura ilusão.
"É porque você está acostumado a ver fazendas com um só cultivo", explica nosso guia local, Albin. "Nós não praticamos monocultura porque as plantas evoluíram para trabalhar em harmonia. Os legumes colocam nitrogênio no solo e as bananeiras fornecem potássio, de forma que não precisamos de fertilizantes ou produtos artificiais."
"Cada planta atrai diferentes pássaros, de forma que existem centenas de espécies de aves por aqui, enquanto você encontra apenas uma dúzia na monocultura", prossegue Albin.
"Cada espécie se alimenta de insetos diferentes. Existem também as jiboias e cobras-coral que matam roedores, de forma que não precisamos de pesticidas, nem de armadilhas", acrescenta.
"E quanto às cobras venenosas?", perguntou Dre.
"Nós matamos as jararacas e surucucus", respondeu Albin. "Nossos jardins ficam perto das nossas aldeias e essas cobras podem ser muito perigosas, especialmente para as crianças curiosas. Ou para os turistas curiosos."
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