No entanto, um estudo publicado na revista científica Scientific Reports na última quinta (14/4) revela que os tardígrados também se aproveitam dos moluscos, pois pegam “carona” neles para viajar longas distâncias.

Por serem tão pequenos, os ursos-d’água só conseguem caminhar curtas distâncias por conta própria. Com anatomia semelhante a lagartas e piolhos, precisam de água para viver ativamente. Ainda assim, entram em estado de anidrobiose, podendo vivem em desidratação quase completa por anos até que a água esteja disponível novamente.

Como mostra o tabloide britânico Daily Mail, pesquisadores da Universidade Adam Mickiewicz, na Polônia, dizem ter encontrado uma possível fraqueza desses animais extremófilos: o muco de caracol.

Os cientistas deixaram vários tardígrados desidratados para que entrassem em seu estado protetor de anidrobiose. Depois de sete dias nessa condição, caracóis foram adicionados ao ambiente dos microscópicos seres, para que rastejassem sobre os tardígrados e deixassem a gosma no local.

Após a remoção dos moluscos, os pesquisadores descobriram que 98% das criaturas não expostas ao muco sobreviveram, em comparação com 34% dos tardígrados que foram cobertos por ele, revela o tabloide.

Em experimento separado, os cientistas queriam ver se os caracóis poderiam transportar tardígrados para novos ambientes. Eles perceberam que muitos dos ursos-d’água podiam grudar nos moluscos terrestres e superar barreiras consideradas intransponíveis para eles.

Segundo o Daily Mail, os resultados do estudo apontam que os caracóis podem ajudar os tardígrados, mas também afetam negativamente os microscópicos animais, reduzindo suas chances de sobrevivência.

Como os tardígrados podem se reproduzir assexuadamente, essa “parceria” significa que apenas um indivíduo precisa sobreviver à jornada para estabelecer uma nova comunidade.

Apesar da descoberta, os cientistas não sabem se é algo que comum na natureza ou com que frequência ocorre.

Fonte: Trends BR.